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sábado, 28 de fevereiro de 2009

FLIP 2009



A Festa Literária Internacional de Paraty de 2009 tem data marcada: 1 a 5 de julho.

Desta vez, a poesia será o destaque do evento. Já disse aqui em outras ocasiões que as editoras não têm muito interesse pelo gênero.

O poeta pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968) será o homenageado. Segundo Flávio Moura, diretor de programação, “a Flip pretende contribuir para a revalorização da obra poética e para tornar mais conhecidas as diversas faces de Manuel Bandeira”. Saiba mais.

Acompanhe o vídeo O habitante de Pasárgada

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Campanha


"Talvez você não saiba, mas seu blog está sendo bloqueado na escola de minha filha, na faculdade onde estudo e na empresa em que minha esposa trabalha. Mas por que esse bloqueio? "



Soube dessa campanha pelo Jarbas do Boteco Escola.
Foi criada por Gustavo Freitas do blog GF Soluções e Rodrigo R. Neto do Informação Virtual para conscientizar blogueiros de que instituições diversas bloqueiam blogs seja qual for seu conteúdo.
Para participar é preciso divulgar a campanha, copiar o código do banner nos blogs citados e colocar o link.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fênix

Renasci, sim senhor!
Viajei e levei meu tambor.

Fechei o Carnaval ao acompanhar a Banda de Ipanema.
Hoje, muiiiiiito feliz ao ver campeãs as minhas duas escolas de samba: Salgueiro e União da Ilha.

SALGUEIRO

“Tambor”

Autores: Moisés Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatiana Leite
Intérprete: Quinho

O som do meu tambor ecoa, ecoa pelo ar!
E faz o meu coração com emoção pulsar!
Invade a alma, alucina
É vida, força e vibração!
Vai meu Salgueiro... Salgueiro
Esquenta o couro da paixão!
Ressoou da natureza, primitiva comunicação!
Da África, dos nossos ancestrais
Dos deuses, nos toques rituais
Nas civilizações cultura
Arte, mito, crença e cura!

Tem batuque, tem magia, tem axé!

O poder que contagia quem tem fé!

Na ginga do corpo, emana alegria

Desperta toda energia


No folclore a herança
No canto, na dança, é festa, é popular
Seu ritmo encanta, envolve, levanta...
E o povo quer dançar!
É de lata, é da comunidade,
Batidas que fascinam
Esperança social, transforma, ensina
Ao mundo deu um toque especial(é show)
É show, é samba, é carnaval!

Vem no tambor da Academia
Que a furiosa bateria vai te arrepiar
Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiro,
Salve! O Mestre do Salgueiro!

Ouça um trecho aqui.



União da Ilha do Governador


Viajar é preciso

Viagens Extraordinárias através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos



Autores:Gugu Das Candongas, Léo Da Ilha, Sardinha, Rafael Bronze, Marcinho

Intérprete: Ito Melodia


Vou viajar!
Não tem distância que vá me segurar
Eu vou chegar a qualquer lugar
Com Julio Verne você pode imaginar
Sou essa máquina engrenada na folia
Vou levando alegria pro mundo inteiro
Da Terra eu vou pro céu
Do céu eu vou pro mar
Num delírio aventureiro!
 
Além do infinito eu vou desvendar
O centro da terra, o fundo do mar           
Na grande floresta do Imperador
O desconhecido me encantou
 
Brasil! Se amarrou na tua história
De um livro de sonhos, as asas da glória
O brasileiro inspirado por ti
Voando, conquista Paris
Tocando o céu, bem no alto iluminado
No Corcovado recebe feliz!
De braços abertos, o meu Redentor
Vai abençoando, você que chegou
A mãe natureza, se sente orgulhosa
Cidade maravilhosa!
 
É nessa que eu vou embarcar
É preciso sonhar... Chegou a Ilha!
De azul, vermelho e branco                      
Pintei meu Carnaval!
No meu Rio, eu sou cartão postal!

Para ouvir, cantar e sambar clique aqui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Saudades

Nos últimos dias, tenho me alimentado de poesia e música.
Falta-me delicadeza, sobra-me sensibilidade, ainda que imperceptível no olhar impaciente, distraído e duro.
Começar o ano com muita poesia é mais um projeto de vida e de trabalho com tanto adolescente de coração embrutecido.
Logo mostro o que tenho feito em sala de aula e sala de leitura.
Agora, compartilho todas as saudades guardadas na alma de "quem bem vive o amor".




Feliz
Gonzaguinha

Para quem bem viveu o amor
Duas vidas que abrem
Não acabam com a luz
São pequenas estrelas
Que correm no céu
Trajetórias opostas
Sem jamais deixar de se olhar

É um carinho guardado no cofre
De um coração que voou
É um afeto deixado nas veias
De um coração que ficou
É a certeza da eterna presença
Da vida que foi
Da vida que vai
É a saudade da boa
Feliz, cantar

Que foi, foi, foi
Foi bom e pra sempre será
Mais, mais, mais
maravilhosamente amar

PS: Mudei o texto porque não gostei e aprendi que é bom passar a borracha nas imperfeições do papel, da vida e (aqui) da tela!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

E eu era feliz!

Não era bem isso o que eu queria.
Fui sendo levada pelas circunstâncias. A minha intenção, ao abrir este blog, não era ficar preparando esta salada que às vezes me incomoda. Tenho um blog pessoal no qual faço o que quero, das imagens aos textos, uma delícia, pena que falta tempo, porém não é público, somente alguns amigos têm acesso, e muito menos educativo, o verdadeiro diário, relato de experiências, impressões e reflexões pessoais.
Admiro a coragem de alguns que postam contos, crônicas e poemas na íntegra, sem autorização dos autores ou editoras, talvez seja por desconhecimento dos direitos autorais. Era exatamente isso o que  fazia quando comecei.
E eu era feliz!
Quando quero que um aluno leia um livro, faço o quê? Conto ou leio a história com o livro escancarado para que se deslumbre com as imagens e se encante com o texto. Depois é aquela farra, ou melhor, guerra. Todos querem pegar o único livro de que disponho e levar para casa . Tal qual um amigo, a intimidade é fundamental. E quando a paixão é avassaladora, nem querem devolvê-lo, é natural.
Quem se interessa por resenha? O leitor? O professor? O aluno?
Todos querem mais é ouvir uma história bem contada, um poema bem declamado, uma leitura dramatizada ou talvez representada.
É claro que não posso exibir um livro todo aqui, mesmo porque não me pertence! Mas pedir autorização para trechos, um conto ou um poema de um livro de um mesmo autor, é um pouco demais!
Não se espantem, a revolta passa. Tudo porque queria mostrar a beleza de um poema de Roseana Murray sobre o pôr-do-sol.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pôr-do-sol no Velho Chico


“A escrita deve ter nascido da necessidade de não esquecer.”
Luis Fernando Veríssimo

Anotações esparsas em pedaços de papel, quando disponíveis. O resultado não poderia ser outro: esquecimento.
Guimarães Rosa registrava a linguagem do povo em suas andanças. Levava lápis e caderno. Na maioria das vezes, eu nem levava a digital, quando estava com o celular, ainda tirava umas fotos. Estava lá para rever a família e as paisagens desde menina conhecidas. Muitas histórias para contar olho no olho, outras muito pessoais e há ainda as impublicáveis. A cada dia me convenço de que não nasci para escritora, sou mesmo uma contadora de histórias, preservo a tradição.
Este pôr-do-sol no Rio São Francisco em Piaçabuçu foi uma das mais belas imagens clicadas. Não tomei banho em suas águas, no entanto, todos os dias, ia para a beira do rio olhar aquela imensidão, observar os pescadores, as lavadeiras, o mergulho das crianças, recordar o tempo em que levava até sabonete e me assustava com o burro se refrescando e acompanhado do dono que enchia as latas para abastecer os casebres. Ah, o Velho Chico não pode acabar!
A luz se arrasta para a escuridão.
A claridade retorna e traz consigo aquela beleza de cores, formas, sons e cheiros.
A calmaria recuperou minha energia e a esperança de dias pacíficos.
O rio é dela, da minha mãe alagoana.

O rio é de todas as mulheres desta terra farta e abençoada.
O rio é do nordestino que, embora sem muitas condições de superar a miséria, tem amor às suas raízes e se mantém na terra, com uma fé só compreendida por quem convive com este povo forte do interior.
Certamente, preciso voltar muitas vezes para desvelar histórias que ficaram adormecidas na memória coletiva.








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