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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Roda de Sonhos





Que tal fazer uma "roda de sonhos" com nossas crianças?

A idéia é da contadora de histórias e escritora Cléo Busatto.

Registrar não somente memórias e histórias, mas também sonhos pode ser muito prazeroso.

Foi assim que ela publicou seu primeiro livro, Dorminhoco, pela Scipione.

Clique na imagem para ampliá-la e ler o boletim informativo integralmente.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Histórias Africanas




“Cada etnia troca histórias com outras etnias. O mais gostoso é desembrulhar o tempo e ver as mesmas histórias, de um mesmo lugar, construídas com pedaços diferentes. É a mesma, mas é diferente...”
(Histórias da Preta – pág.18)




Histórias da Preta de Heloisa Pires de Lima com ilustrações de Laurabeatriz reúne textos informativos, relatos, narrativas orais da criação do mundo, mitos africanos e conta a história dos griots, os contadores de histórias, mestres que mantém viva a dimensão sagrada da palavra.
Aprendi tanto com este livro! Foi bem curioso confirmar o que eu já havia percebido, isto é, sempre tem alguém parecido comigo, até minha mãe já seguiu outra pessoa pensando que era eu! Brasileiros são diferentes, mas parecidos. Isto é bom. No entanto, é também bom lembrar que a igualdade é direito de todos e a maioria dos afro-descendentes ainda sobrevive com dificuldade e luta pelo seu lugar nesta sociedade tão injusta e preconceituosa.





A antropóloga e escritora Heloisa Pires de Lima continua colhendo muitas histórias e uma delas é A semente que veio da África escrita a três mãos, digo, quatro mãos porque quem ilustra também conta a história. Uma mão é do Georges Gneka, um contador de histórias que mora no Brasil, mas que nasceu na Costa do Marfim. Outra mão é do Mário Lemos, um jovem escritor de Moçambique. A ilustradora Véronique Tadjo encheu de cores as páginas do livro para mostrar a beleza de uma árvore de onde se colhem histórias: o baobá ou embodeiro, pois “o Criador criou primeiro o baobá, e só depois continuou a fazer tudo existir.”

Quer saber mais? Leia as histórias para descobrir tudo sobre a adansônia, nome científico da árvore, e brincar com suas sementes jogando mathacozona ou awalé, um jogo baseado na troca, prática ancestral africana.
Entre na roda de histórias, bata palmas, dance e ouça:


-Karingana ua karingana!


“...É bonito...A história fica viva, pois todos dela participam.”

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Primavera dos Livros



Nunca foi? Não sabe o que está perdendo! O ambiente não poderia ser melhor: os Jardins do Museu da República. A 13ª edição da Primavera dos Livros reúne este ano 100 editoras independentes distribuídas em 86 estandes. O evento terá a Bossa Nova como tema e o escritor Ruy Castro como Patrono. A programação ainda não está no site, mas , ora se vou perder, as palestras para professores e bibliotecários serão realizadas no auditório do Museu e as inscrições estão abertas aqui.

PALESTRA - Ruy Castro 28/11: 10h-11h30
Auditório do Museu da República (lotação: 100 pessoas)O prazer, a aventura e a importância da leitura, por Ruy Castro.
Ruy Castro é jornalista, tradutor e escritor. Trabalhou mais de 30 anos como repórter. Traduziu para o português Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e Frankenstein, de Mary Shelley. Como biógrafo escreveu sobre a Bossa Nova, Nelson Rodrigues, Garricha e Carmen Miranda. É um dos mais conceituados escritores brasileiros da atualidade.

DEPOIMENTO - Carlos Alberto Afonso 28/11: 14h00-15h30
Auditório do Museu da República (lotação: 100 pessoas)Bossa nova e sociedade: um depoimento, por Carlos Alberto Afonso.
Carlos Afonso é professor de Literatura e fundou, há mais de 15 anos, a Toca do Vinicius, na Rua Vinicius de Moraes, Ipanema, um local de referência da Bossa Nova. É um profundo conhecedor e apaixonado colecionador e divulgador do tema.
Uma das atrações é a presença do teólogo Leonardo Boff, que relançará sua obra infanto-juvenil "Sol da Esperança - Natal, Histórias, Poesias e Símbolo" pela editora Mar de Idéias, além de ministrar uma palestra sobre o Natal.
E na sexta-feira, dia 28 de novembro, todos os professores que apresentarem comprovante, ganharão descontos de 50%! Já estou preparando a minha listinha.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mitologia afro-brasileira


Quando Ifá ganhou o cargo de adivinho,
Olorum, o Senhor do Céu, disse:
"Na vida tudo é repetição.
Aprende as histórias que aconteceram no passado
e saberás o que se passa no presente
e tudo o que no futuro ocorrerá."

(pág.45)


Ifá, o Adivinho de Reginaldo Prandi , com ilustrações de Pedro Rafael, faz parte de uma trilogia de histórias sobre mitologia afro-brasileira para o público infanto-juvenil lançada pela Cia. das Letrinhas. Os outros são Xangô, o Trovão e Oxumarê, o Arco-Íris. São baseadas em seu livro Mitologia dos Orixás, escrito para adultos e publicado em 2001. Vencedor do Prêmio Melhor Livro Reconto em 2003 pela FNLIJ e enviado para as escolas públicas pelo PNBE é pouco divulgado ou desconhecido pela maioria dos professores por um simples motivo: preconceito religioso. Tenho contado há duas semanas as "histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil como escravos" deste professor de sociologia da USP e autor de muitos livros sobre sociedade e cultura brasileiras. Elas falam de personagens míticos como Oxossi, Ogum, Xangô, Oxum, Exu e Oxalá, entre outros, contam suas aventuras, revelam seus poderes, mostram suas fraquezas. Crianças e jovens mostraram interesse porque herdamos estas histórias e são tão importantes quanto aquelas da mitologia greco-romana formadoras da cultura ocidental. Apenas um aluno levou as mãos aos ouvidos e faltou no dia seguinte!

Pela Cosac Naify, publicou Os príncipes do destino, com ilustrações de Paulo Monteiro, da coleção Mitos do Mundo, coordenada pela antrópóloga Betty Mindlin. São narrativas inspiradas em Caminhos de odu, de Agenor Miranda Rocha, "talvez o último remanescente dos príncipes do destino".


"Antigamente ,a terra dos iorubás,
Quando uma criança nascia ela ficava sob a proteção
de um dos dezesseis príncipes do destino, os odus...
Muitos homens e mulheres que faziam parte do povo iorubá
foram transportados ao Brasil e vendidos aos senhores brancos...
onde houvesse trabalho, era a mão deles que o fazia...
Eles não tinham nada de seu, nem posses, nem direitos.
De si eles só tinham a sua memória,
a memória de um povo inteiro..."
(pág. 105-108)



terça-feira, 11 de novembro de 2008

As Três Perguntas


Qual o melhor momento para fazer as coisas?
Quem é mais importante?
Qual é a coisa certa a ser feita?

Nikolai queria ser um bom menino, mas não sabia como. Fez três perguntas aos seus amigos: Sônia, a garça, Gogol, o macaco e Pushkin, o cachorro, porém não considerou as respostas corretas. Resolveu pedir ajuda a Leo, uma velha tartaruga. São exatamente as suas atitudes diante de um pedido de socorro que o levam às respostas que busca.

As Três Perguntas
(Ed. Martins Fontes) é uma fábula sobre as relações humanas e o sentido da vida. Uma história deliciosa que nos leva a uma reflexão sobre a necessidade de ser solidário e fraterno a cada momento. Baseada num conto de Leon Tolstoi, um dos maiores escritores, filósofos e pensadores do século XIX, foi recontada e ilustrada por Jon J Muth para crianças. É possível encontrar uma versão no Livro das Virtudes II - O compasso moral, de William J. Bennett (Ed. Nova Fronteira).

Foi o livro que eu escolhi para contar durante a Maratona de Histórias, ontem, na escola, para alunos do 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Mesmo os mais dispersos e renitentes se envolveram com a história e as belas ilustrações. Acredito que plantei uma semente de paz que há de germinar em terreno fértil.

7º Simpósio Internacional de Contadores de Histórias

Como nas edições anteriores, o Simpósio traz inovações, consolidando sua posição de referência da arte de contar histórias, no Brasil e no mundo. Este ano, a narração oral é relacionada à radiodifusão, com o tema Viajando nas Histórias do Rádio: Ontem e Hoje. A proposta é discutir a importância desse veículo no nosso dia-a-dia e como vêm se incorporando a ele novas tecnologias, como a internet. Com a participação de convidados brasileiros e do exterior, os eventos e atividades estão reunidos em quatro grupos. Grátis..


27 e 28/11 - Mesas-redondas: A literatura de Guimarães Rosa e Machado de Assis nas ondas do rádio; Viajando nas histórias do rádio; e O poder das narrativas organizacionais..


27 a 30/11 - Mercado da Palavra: Feira de livros, cantinho de leitura e palco aberto para que o público narre suas histórias, em um espaço cenográfico construído para evocar a Era do Rádio..


28/11 - Oficinas: Seu objetivo é fornecer ferramentas para que os contadores possam criar programas de rádio voltados para rádios comunitárias, emissoras comerciais e a internet..


29 a 30/11, 18h às 18h - Maratona de Contos: Contadores profissionais se revezam na tarefa de entreter o público durante 24 horas ininterruptas.
Acessem Espaço Sesc Copacabana

Como divulguei no ano passado aqui, participar deste simpósio é uma experiência ímpar para quem é ou quer ser contador de histórias e construir projetos de incentivo à leitura. A literatura oral, como muitos ainda pensam, não é um gênero menor, nem afasta o leitor. Ao ouvir um conto de tradição oral, todos querem saber em que livro podem encontrá-lo. Durante o evento, conheci Benita Prieto, Cléo Busatto, Ilan Brenman, Regina Machado, William Ospina e muitos outros escritores e contadores de histórias.

domingo, 9 de novembro de 2008

Fórum das Letras

Não pude acompanhar toda a programação on line como havia divulgado, no entanto a sexta-feira foi especial. Primeiro a erudição com Jacynto Lins Brandão e Roger Chartier lembrando livros que não existem mais, mas deixaram traços essenciais na história da humanidade. Depois, a emoção de Rubem Alves e Elisa Lucinda ao falarem sobre o livro que escreveram: A Poesia do Encontro.
Assistam ao vídeo da TV UFOP. Há outros no site do Fórum das Letras e no blog Palavras em rede, lançado pelos alunos de jornalismo durante o evento.



sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Hoje é dia de Cecília!




Marcha
Cecília Meireles


As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.




Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.

Escolhi, para a blogagem coletiva proposta pela Leonor Cordeiro no blog Na Dança das Palavras, o poema Marcha entre tantos que li e reli de Cecília Meireles nestes últimos dias. Poesia precisa ser divulgada porque todo mundo gosta, mas quase ninguém compra a não ser que seja cantada. É verdade! Poetas publicam seus poemas na Internet e livreiros não se interessam em publicá-los. Muitos versos de poetas famosos são musicados por artistas e só depois se descobre de quem são! Conheci uma estrofe de Marcha através da música Canteiros de Raimundo Fagner. Assim acontece com muitos leitores ou não-leitores. Chegam ao texto literário por outros caminhos. Se quiserem saber da questão judicial sobre direitos autorais e do acordo depois de longos anos, acessem o site do cantor. O poema Motivo também foi cantado, porém parece que não houve entendimento. Acredito que é possível plantar sementes de poesia em canteiros diversos.! Tudo é plágio. Processo virou profissão. Inadmissível é escrever um texto e atribuir autoria a outro, famoso, como temos visto na rede. Até paródia tem ido aos tribunais. Inocentemente, quando abri este blog, pensei que pudesse sair publicando textos de autores variados como se fossem de domínio público. Depois que soube que tinha que pedir autorização aos escritores, herdeiros e editoras, quase desisti de levar adiante histórias essenciais à formação de leitores. Atualmente, isto aqui virou um ninho...Não é que gostei desta imagem!





Canteiros : Fagner
Baseado no poema “Marcha” de Cecília Meireles
Com música incidental “Águas de Março” de Antonio Carlos Jobim e “Na hora do almoço” de Belchior.


Veja no Blogstórias Digitais o poema Elegia a uma pequena borboleta gravado pela própria Cecília Meireles.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fórum das Letras e das Letrinhas

A 4ª edição do Fórum das Letras começou hoje em Ouro Preto. O evento tem como tema “O mistério na literatura” e traz cerca de 70 autores nacionais e internacionais. É possível acompanhar ao vivo diariamente o que está acontecendo no Centro de Convenções da UFOP aqui.


O Fórum das Letrinhas abriu novas vagas para o debate com o escritor e ilustrador Mário Vale, que aconteceu hoje, às 14h30, no Teatro Municipal Casa da Ópera. A abertura do evento ficou por conta do grupo teatral Carpe Diem, formado por alunos do curso de Artes Cênicas da UFOP,com a apresentação da esquete “Um jogo lúdico com a literatura”.
Escritor, ilustrador, artista plástico, cartunista e autor de livros infantis, Mário Vale nasceu e vive em Belo Horizonte. Faz ilustrações para livros, jornais e revistas, e desenhos animados para televisão, como as vinhetas veiculadas diariamente pela Rede Globo. Tem 12 livros publicados, alguns deles com mais de 100.000 exemplares vendidos por todo o país, como Picote, o Menino de Papel. Como autor de livros infantis, artista plástico e cartunista já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais.


Veja a programação
Quinta-feira, 06/11

10h às 11h30: Oficina de Poesia
Turma II
Local: Biblioteca Municipal de Ouro Preto

14h30 às 16h30: Bate-papo com Léo Cunha e Thalita Rebouças
Abertura: Esquete teatral de livros dos autores convidados
Local: Teatro Municipal Casa da Ópera


Sexta-feira, 07/11

9h30 às 11h30: Oficina de Poesia
Turma III
Local: Biblioteca Municipal de Ouro Preto

14h30 às 16h: Bate-papo com Rubem Alves
Abertura: Esquete teatral de livro do autor convidado
Local: Teatro Municipal Casa da Ópera


Sábado, 08/11

16h: Comemoração dos 80 anos do poema "Uma pedra no meio do caminho", escrito por Carlos Drummond de Andrade
Local: Praça Tiradentes


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