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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dia do Poeta

"saiba que os poetas como os cegos
podem ver na escuridão "
Para deixar registrada minha homenagem a todos os poetas brasileiros, resolvi, desta vez, mostrar poesia na letra da música "Choro Bandido", composta para a peça O corsário do Rei, de Augusto Boal, levada aos palcos em 1985.
Saiba mais sobre essa canção na análise realizada por André A. Almeida a partir dos elementos da mitologia greco-latina nela encontrados.
Choro Bandido
(Chico Buarque-Edu Lobo)

Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas
E os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim:
Você nasceu para mim
Você nasceu para mim

Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão

E eis que, menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons




O vídeo faz parte do acervo de Tauil e é o "único registro de Chico, Edu e Tom tocando juntos "Choro Bandido". Era uma das músicas preferidas de Tom."
Uma raridade!

2 comentários:

becalmeida disse...

Chico é demais! Uma vez ouvi Osvaldo Motenegro dizer em uma entrevista que ele deveria ser chamado por todos de "Seu Francisco", tal a sua genialidade.
Concordo!bj

Lou Vilela disse...

Linda homenagem, Fátima!

Beijos

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