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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mitologia afro-brasileira


Quando Ifá ganhou o cargo de adivinho,
Olorum, o Senhor do Céu, disse:
"Na vida tudo é repetição.
Aprende as histórias que aconteceram no passado
e saberás o que se passa no presente
e tudo o que no futuro ocorrerá."

(pág.45)


Ifá, o Adivinho de Reginaldo Prandi , com ilustrações de Pedro Rafael, faz parte de uma trilogia de histórias sobre mitologia afro-brasileira para o público infanto-juvenil lançada pela Cia. das Letrinhas. Os outros são Xangô, o Trovão e Oxumarê, o Arco-Íris. São baseadas em seu livro Mitologia dos Orixás, escrito para adultos e publicado em 2001. Vencedor do Prêmio Melhor Livro Reconto em 2003 pela FNLIJ e enviado para as escolas públicas pelo PNBE é pouco divulgado ou desconhecido pela maioria dos professores por um simples motivo: preconceito religioso. Tenho contado há duas semanas as "histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil como escravos" deste professor de sociologia da USP e autor de muitos livros sobre sociedade e cultura brasileiras. Elas falam de personagens míticos como Oxossi, Ogum, Xangô, Oxum, Exu e Oxalá, entre outros, contam suas aventuras, revelam seus poderes, mostram suas fraquezas. Crianças e jovens mostraram interesse porque herdamos estas histórias e são tão importantes quanto aquelas da mitologia greco-romana formadoras da cultura ocidental. Apenas um aluno levou as mãos aos ouvidos e faltou no dia seguinte!

Pela Cosac Naify, publicou Os príncipes do destino, com ilustrações de Paulo Monteiro, da coleção Mitos do Mundo, coordenada pela antrópóloga Betty Mindlin. São narrativas inspiradas em Caminhos de odu, de Agenor Miranda Rocha, "talvez o último remanescente dos príncipes do destino".


"Antigamente ,a terra dos iorubás,
Quando uma criança nascia ela ficava sob a proteção
de um dos dezesseis príncipes do destino, os odus...
Muitos homens e mulheres que faziam parte do povo iorubá
foram transportados ao Brasil e vendidos aos senhores brancos...
onde houvesse trabalho, era a mão deles que o fazia...
Eles não tinham nada de seu, nem posses, nem direitos.
De si eles só tinham a sua memória,
a memória de um povo inteiro..."
(pág. 105-108)



Um comentário:

Deise disse...

Olá amiga, que livros interessantes, não conhecia, obrigada pela visita no meu novo blog, tenha um ótimo final de semana. bjs

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