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domingo, 9 de junho de 2013

Conchas



CONCHAS
Hermes Bernardi Jr.
Edelbra



Cresci com cheiro de maresia em praia de águas mansas. Achava que podia pescar peixinhos com as mãos. Colecionava conchinhas. Medrosa, aprendi a boiar. Nadar, não, porque mar é para se respeitar, ouvia de mamãe criada em águas de rio e mar. Um dia soube que ele havia levado um certo menino valente com nome de profeta.
Do eloquente Hermes, mensageiro da palavra e guia dos vivos rumo ao mundo dos sonhos, descobri por que guardava meus segredos e histórias em caixas. Agora, passo a amar as conchas com meus olhos ainda úmidos de maresia através de suas palavras sensivelmente construídas. Debruço-me sobre seus papéis rasgados e transformados em pura Arte.  Literatura e Arte se complementam em CONCHAS, sua primeira história de personagem feminina,  a Valentina, filha de pescadores e ouvidora das histórias contadas pelas conchas.  Menina de valentias e medos com seu “ jeito de viver inventado numa primeira água do pensamento”. No movimento das ondas, conheceu Diogo, menino medroso da cidade que veio morar fechado entre janelas e portas de um prédio contruído onde havia uma palmeira. E este menino bobo soube mostrar-se corajoso e delicado para entender a dor da amiga e salvá-la do Rei do Mar.
Ponho minhas mãos em concha e escuto o suave murmurar das águas cristalinas da minha ilha. Apuro os sentidos e ouço histórias de minha infância. Recupero a memória e começo a escrever as minhas histórias. Suspiro aliviada na marola  da palavra.

Um comentário:

Ana Miranda disse...

Que lindo! Fiquei emocionada! Parabéns!

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