Foi necessário reler “Manual da Delicadeza de A a Z” de Roseana Murray para recuperar o gesto adquirido e perdido pelo homem.
Tenho a alma de pedra bruta, rosnado de bicho em perigo, grito de dor ancestral.
Preciso do silêncio da água nas pedras e no leito para acalmar o peito sempre ansioso.
Não compreendo ato de violência que não seja para a defesa da vida e proteção da cria.
É preciso pacientemente aguardar...
É preciso delicadamente acreditar...
Tenho a alma de pedra bruta, rosnado de bicho em perigo, grito de dor ancestral.
Preciso do silêncio da água nas pedras e no leito para acalmar o peito sempre ansioso.
Não compreendo ato de violência que não seja para a defesa da vida e proteção da cria.
É preciso pacientemente aguardar...
É preciso delicadamente acreditar...
“em coisas simples e limpas,
em coisas essenciais,
amor, amizade, delicadeza,
paz,
e tantas outras palavras,
antigas e urgentes.”
Roseana Murray
É preciso silenciosamente “carregar água na peneira” como disse Manoel de Barros em “Exercícios de ser criança” porque...
“ Será que os despropósitos não são mais carregados de poesia do que o bom senso?”
É preciso fazer “pedra dar flor!”
Manoel de Barros
Manoel de Barros
É preciso recuperar-se da rudeza e escolher a leveza já que ...
“A vida deveria ser uma teia de infinitas delicadezas. Ao invés de uma porta fechada, horizontes, ao invés de um grito, girassóis.” (Roseana Murray)
Então, lembro-me de “Girassóis” de Caio Fernando Abreu, da teimosa e frágil flor quebrando a rotina do paulistano nos Jardins de concreto e indago se não seria possível o retorno de uma vida plena, sossegada e longa como nos velhos tempos. Ah, o girassol...
”como se não suportasse a beleza que ele mesmo engendrou, cai por terra, exausto da própria criação esplêndida. “
Caio Fernando Abreu
Jamais saberemos dos mistérios divinos.
Então, tal qual crianças, escrevemos absurdos para fazer pensar, sorrir, preencher vazios, trançar a teia da vida e do universo.
8 comentários:
Fátima,
Delicada a trama engendrada para nos (re)apresentar a leveza essencial ao ser. Que os olhares amadureçam ao ponto de “fazer pedra dar flor!”.
Abraços,
Lou
Pensamentos para facer pensar, é certo.
Ah, e a min tampouco me gustan as bruxas. Pero dicir que Fátima é coma unha meiga das palabras, sería algo bonito. Así que xa non o repito pois tamén é certo...
Abraços
Fatima, delicadeza é ouvir você falar de paz, de calmaria, de conhecimento. Delicadeza é ter você por perto mesmo que virtualmente. Para mim e delicadeza ouvir dizer que levei Remédios aos seus olhos. Bom saber que eles transbordaram em suas cores e criatividade.
Segue a delicadeza do meu abraço no seu coração. André
Simplesmente LINDO. Ponto. Feliz Páscoa. Até breve.
Olá Fátima ...
Que os homens insistam em semear a delicadeza, a palavra que constrói e as memórias que nos salvam do tempo ...
Amei!
Affonso Romano tem um livro sobre esse tema: TEMPO DE DELICADEZA, ótimo para refletirmos.
Abraço
Celi Luz
Pois fazia tempo, Fátima, que não passeava por aqui... o que precisamos mesmo é de uma teia de leituras infinitas e delicadezas ;-)
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