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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Centenário da Morte de Machado de Assis

Cada leitor de Machado de Assis tira do mestre as lições de vida com as quais mais se identifica ou segundo sua personalidade. Leitora desde a adolescência, herdei o pessimismo e o tom crítico diante dos fatos, com uma única diferença, a língua afiadíssima. Machado era silencioso e usou seu olhar para prosear desde jovem, mesmo diante de circunstâncias adversas. Não tenho paciência para escrever, já o disse muitas vezes neste blog. Meus pensamentos vagam desorganizados. Ontem ao deitar-me, sabia exatamente como começar esta crônica para a homenagem póstuma a meu escritor brasileiro preferido. Hoje, não sei mais o que escrever, mas também para quê se ele já disse tudo. Orgulhosa, mostrava minhas obras completas, quero dizer, as suas. Com tantas reedições, pude verificar que estão incompletíssimas. Faltam contos, crônicas, poemas. Isto aqui se presta mais a uma pequena introdução de uma seleção de livros que tenho usado nas escolas onde trabalho. Uma tentativa de mostrar ao adolescente que é possível ler Machado porque seus textos são deliciosos. Quando termino a leitura, eles aplaudem. Nesta idade, gostam muito de biografia, digo que adoram saber da vida dos outros, eles confirmam e vão logo perguntando:” Este escritor é aquele que morreu pagando aluguel?” ou ainda: “Era filho de pintor e lavadeira, gago e epilético?”Como gravam desgraças! Também, é o que vêem nas mídias. Quando citei Dom Casmurro, ficaram interessados na traição de Capitu e logo disseram que vai passar na TV! Só lêem mesmo obrigados, o vocabulário assusta. Preferem que eu leia. Não me incomodo, Daniel Pennac fazia o mesmo com suas turmas noturnas de ensino médio num país de primeiro mundo. Leitura é prazer e tudo tem seu tempo para quem quer e sabe esperar. É preciso dar lugar tanto para a agulha quanto para a linha. Não quero ser “um professor de melancolia para servir de agulha a muita linha ordinária”.
O Baú do Seu Machado, adaptação de Sílvia Eleutério e Márcia Kaskus com ilustrações de Victor Tavares, é destinado ao público infantil, transforma o autor em personagem para dialogar com suas criações.
Histórias do Bruxo do Cosme Velho, da série Literatura em minha casa/2003, uma seleção de cinco contos dentre os quais, Filosofia de um par de botas.
A agulha e a linha -Um Apólogo, organização e comentários de Alberto Guerra, ilustrações de Vitor Costa. O projeto editorial contém mais dois livros: Noite de Almirante e O Corvo, poema de Edgar Allan Poe, para mostrar a excepcional tradução de Machado, em edição bilíngüe.
Contos de Machado de Assis ilustrados por Maurício Veneza, uma seleção de dez contos para arriscar-se, segundo Ivan Marques, a perder todas as ilusões. Traz contos mais conhecidos como Um Apólogo, Conto de Escola, Uns braços, eum que não chegou a ser publicado em livro: A Carteira.
Literatura Brasileira em Quadrinhos: A Cartomante, uma opção da Nona Arte que não substitui a leitura original indispensável à formação do leitor. Outros títulos da coleção: O Enfermeiro, Uns Braços e Causa Secreta.
Almanaque - Machado de Assis, de Luiz Antônio Aguiar, tem "tudo sobre a vida e a obra de Machado de Assis. Ilustrações exclusivas. Álbum de fotos. Frases. Cronologia. Mapa da Obra. Quem é quem dos principais personagens. E mais tudo para facilitar sua iniciação nas bruxarias literárias de Machado de Assis."



Um comentário:

Anônimo disse...

Fatinha, tem um livro muito interessante, feito pelo quadrinista Flávio Costa, respeitando o texto de Machado - A Cartomante - Confira!
Bjs
Celi

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