O livro Os anões de Mântua de Gianni Rodari, Coleção Barco a Vapor da Editora SM, conta a história de anõezinhos inconformados com sua pequenez, “mas também de todo tipo de gente e gigantes”. Tema muito explorado, diriam aqueles que não conhecem o escritor, professor, jornalista, pedagogo, contador de histórias (acrescento) e autor da Gramática da Fantasia, livro essencial para todos aqueles que pretendem educar e preparar pessoas capazes de construir sua própria visão de mundo.
Os anões de Mântua é indicado para leitores iniciantes, mas explora, com muita criatividade, outras linguagens artísticas e gêneros textuais. Destaco o uso de personagens e ambiente da ópera Rigoletto de Verdi e alusões à mitologia grega. Uma história “escrita à moda dos contadores, com partes em versos e partes em prosa”. Podemos fazer muitas leituras de acordo com a idade ou experiência dos alunos, pois percebe-se claramente os problemas da sociedade atual: a exploração, a injustiça, a discriminação e a exclusão, a força que tem o povo quando unido e solidário.
Gramática da Fantasia é para professores, pais, psicólogos e todos aqueles que procuram um outro caminho para a educação, aquele que provoque uma revolução através da “imaginação e da criatividade, armas eficazes para a transformação do mundo e portanto de ameaça a uma ordem social conhecida e vantajosa para os setores mais poderosos da sociedade”, como bem disse Ruth Rocha ao apresentar a edição brasileira do livro em 1982. O livro, esclarece o autor, “não é uma teoria da imaginação infantil nem um arrolamento de receitas, mas uma proposta para ser colocada ao lado de tantas outras que procuram enriquecer com estímulos o ambiente onde crescem crianças”. Para ele, todos podem ser criativos e, ao citar Marta Fattori, lembra que “é criativa uma mente que trabalha, que sempre faz perguntas, que descobre problemas onde os outros encontram respostas satisfatórias, que é capaz de juízos autônomos e independentes, que recusa o codificado, que remanuseia objetos e conceitos sem se deixar inibir pelo conformismo”.Enfim, espera que possa “ser útil àqueles que sabem o valor de liberação que a palavra pode ter, não porque todos sejam artistas, mas porque ninguém é escravo”.
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