“Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.”
Cecília Meireles
Percebi que as mulheres ocupam um espaço insignificante na minha estante. Então resolvi reparar o equívoco, começando pelo blog. Admiro a poesia e a prosa de muitas. Comecei com Adélia Prado, passei por Cora Coralina e hoje Cecília Meireles. Escolhi a imagem porque ela foi a primeira fundadora de uma Biblioteca Infantil.
Para Leonor Cordeiro
Mulher ao espelho
Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
.
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seu
se morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
Um comentário:
Querida Fátima,
OBRIGADAAAAAA! Estar pertinho de Cecília é uma presente encantador. Obrigada por sua generosidade e carinho.
Fico muito feliz em saber que mulheres maravilhosas como Cora, Adélia e Cecília estão morando em sua estante e em seu coração.
Mil beijinhos!!!
Com carinho,
Leonor Cordeiro
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