Olha eu aí no trem do Manuel Bandeira, "Virge Maria, que foi isso maquinista"!
Nem sei quando vou arrumar tempo para mostrar e falar de tudo o que vi na Flip. Desisti de levar o laptop. Ainda bem, não ia escrever nada mesmo. Parecia uma barata tonta, ou melhor, uma formiga apressada! Só participando da grande festa para entender. Estou exausta. Fico devendo ainda as outras imagens do Salão do Livro na FNLIJ. Sem falar da quantidade de livros adquiridos nos dois eventos. E cadê tempo para ler? Ainda dizem por aí que professor não é leitor. Encontrei tantos colegas de trabalho.
Passei aqui para fazer um link do que considero urgente, isto é, o "Movimento Por um Brasil literário", projeto do Instituto C&A, apresentado na Casa da Cultura.
O escritor e poeta Bartolomeu Campos de Queirós, autor do manifesto, lavou a minha alma ao defender a leitura literária.
Manifesto por um Brasil literário
O Instituto C&A, se somando às proposições da Associação Casa Azul – organizadora da Festa Literária Internacional de Paraty -, à Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, ao Instituto Ecofuturo e ao Centro de Cultura Luiz Freire, manifesta sua intenção de concorrer para fazer do País uma sociedade leitora. Reconhecendo o êxito já conferido, nacional e internacionalmente à FLIP, o projeto busca estender às comunidades, atividades mobilizadoras que promovam o exercício da leitura literária.
Reconhecemos como princípio o direito de todos de participarem da produção também literária. No mundo atual, considera-se a alfabetização como um bem e um direito. Isto se deve ao fato de que com a industrialização as profissões exigem que o trabalhador saiba ler. No passado, os ofícios e ocupações eram transmitidos de pai para filho, sem interferência da escola.
Alfabetizar-se, saber ler e escrever tornaram-se hoje condições imprescindíveis à profissionalização e ao emprego. A escola é um espaço necessário para instrumentalizar o sujeito e facilitar seu ingresso no trabalho. Mas pelo avanço das ciências humanas compreende-se como inerente aos homens e mulheres a necessidade de manifestar e dar corpo às suas capacidades inventivas.
Por outro lado, existe um uso não tão pragmático de escrita e leitura. Numa época em que a oralidade perdeu, em parte, sua força, já não nos postamos diante de narrativas que falavam através da ficção de conteúdos sapienciais, éticos, imaginativos.
É no mundo possível da ficção que o homem se encontra realmente livre para pensar, configurar alternativas, deixar agir a fantasia. Na literatura que, liberto do agir prático e da necessidade, o sujeito viaja por outro mundo possível. Sem preconceitos em sua construção, daí sua possibilidade intrínseca de inclusão, a literatura nos acolhe sem ignorar nossa incompletude.
É o que a literatura oferece e abre a todo aquele que deseja entregar-se à fantasia. Democratiza-se assim o poder de criar, imaginar, recriar, romper o limite do provável. Sua fundação reflexiva possibilita ao leitor dobrar-se sobre si mesmo e estabelecer uma prosa entre o real e o idealizado.
A leitura literária é um direito de todos e que ainda não está escrito. O sujeito anseia por conhecimentos e possui a necessidade de estender suas intuições criadoras aos espaços em que convive. Compreendendo a literatura como capaz de abrir um diálogo subjetivo entre o leitor e a obra, entre o vivido e o sonhado, entre o conhecido e o ainda por conhecer; considerando que este diálogo das diferenças – inerente à literatura – nos confirma como redes de relações; reconhecendo que a maleabilidade do pensamento concorre para a construção de novos desafios para a sociedade; afirmando que a literatura, pela sua configuração, acolhe a todos e concorre para o exercício de um pensamento crítico, ágil e inventivo; compreendendo que a metáfora literária abriga as experiências do leitor e não ignora suas singularidades, que as instituições em pauta confirmam como essencial para o País a concretização de tal projeto.
Outorgando a si mesmo o privilégio de idealizar outro cotidiano em liberdade, e movido pela intimidade maior de sua fantasia, um conhecimento mais amplo e diverso do mundo ganha corpo, e se instala no desejo dos homens e mulheres promovendo os indivíduos a sujeitos e responsáveis pela sua própria humanidade. De consumidores passa-se a investidores na artesania do mundo. Por ser assim, persegue-se uma sociedade em que a qualidade da existência humana é buscada como um bem inalienável.
Liberdade, espontaneidade, afetividade e fantasia são elementos que fundam a infância. Tais substâncias são também pertinentes à construção literária. Daí, a literatura ser próxima da criança. Possibilitar aos mais jovens acesso ao texto literário é garantir a presença de tais elementos – que inauguram a vida – como essenciais para o seu crescimento. Nesse sentido é indispensável a presença da literatura em todos os espaços por onde circula a infância. Todas as atividades que têm a literatura como objeto central serão promovidas para fazer do País uma sociedade leitora. O apoio de todos que assim compreendem a função literária, a proposição é indispensável. Se é um projeto literário é também uma ação política por sonhar um País mais digno.
Bartolomeu Campos de Queirós
Junho de 2009
"Agora sim...
Que vontade de cantar!"
6 comentários:
Vexo a Fátima moi entusiasmada con ese novo proxecto, e con moitas ideas para levar adiante. Parece que non lle faltara traballo, pero seguro que consegue chegar ben lonxe cos seus soños...
É isso aí, Fátima... o Manifesto em Movimento... vou seguir a sua ideia e copiar nos roedores... Abraços.
Oi, Fátima!
Obrigada pela visita.
Ainda estou no comecinho, acertando as pontas do layout para deixar do jeitinho que quero, mas são tantas as coisas a se adicionar! Aos pouquinhos chego lá...
Na verdade, não entendo quase nada de layout e template, mas aqueles sites que divulguei são muito bons! O blog está se encaminhando graças a eles (e a outros que venho achado pelo caminho). Vale muito a pena mesmo, há muitas dicas e tutoriais.
Fiquei muito feliz em encontrar seu blog! Quanto mais houver divulgação sobre a literatura infantil e juvenil, mais ela irá alcançar um público maior, é a minha opinião.
Assim, acho importante o espaço aberto pelos blogs e sites. Pode ter certeza que já estou acompanhando seu blog pelo Google Reader e assim que acertar o layout da sidebar de meus links, divulgarei o Blogstórias.
Abraços,
Aline
Como bartolomete militante, só posso dizer que meu coração exulta em vê-lo/ouvi-lo com tão boa aparência (no Salão ele estava tão caidinho...).
Já havia recebido o texto escrito, mas ver e ouvir o próprio Bartlomeu... fiquei com "aquela falta de ar"... Obrigada!
Vamos exibir isso na próxima reunião!
bj
olá. desculpe a invasão. tava na net e olhei seu blog. moro em pernambuco mas adoro o rio. nunca fui na festa literária de paraty. um dia vou! hehe. eu sou preofessor e meu blog é sobre história imperial, minha grande paixão. se puder me seguir ficarei feliz. o seu blog é bem interessante. falta cultura online.
abraços.
leandro.
obrigadooooooooooooo pelos elogioss. recife é linda. vou sim! ano q vem , é meu sonho!abraços.. lhe adcionei.
leandro.
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