Há muito mudei minha prática quanto às datas comemorativas. Conto e narro histórias que estão nos meus livros e naqueles que estão no acervo da Sala de Leitura onde trabalho. Indico-os para os professores da escola. As transformações são lentas. Não há aluno leitor sem que o professor o seja. Tive a oportunidade de conversar pela primeira vez com Daniel Munduruku num curso promovido pela SME, mas conhecia seus livros. Também já publiquei aqui sobre alguns deles. Hoje indico a leitura do artigo publicado em seu blog Notícias e Idéias. Leia um trecho:
19 de abril – dia de comemorar o quê?
Certamente algumas ensinaram a coisa certa alertando os estudantes sobre a incoerência que ainda grassa no País a respeito dos povos indígenas. Lembraram as injustiças que se cometeram e se cometem ainda hoje contra aquelas pessoas que apenas desejam viver de modo diferente. Outras contaram histórias antigas para alertar que nosso país tem tradição, tem ancestralidade.
Algum professor ou professora lembrou que já fomos muitos e hoje somos tão poucos e estamos cada vez mais empobrecidos por conta da lógica do consumo, da ganância, da exploração, do capitalismo que continua dando ordens para toda a sociedade. Quem sabe alguém chorou ao lembrar que foi num dia como esse que queimaram o pataxó Galdino num ponto de ônibus de Brasília.
Talvez até alguém lembrou que nenhum governo em toda a história deste país assumiu claramente uma posição a favor dos 230 povos que ainda habitam teimosamente esta nossa terra...
Vale a pena ler o artigo completo do escritor aqui e conhecer suas idéias.
Visitem seu site e conheça seus livros, e a galeria de fotos e histórias.
Biografia:
Daniel Munduruku é formado em filosofia, com licenciatura em Historia e Psicologia, é escritor, mestrando em Antropologia Social (USP) e relações públicas do INBRAPI (Instituto indígena brasileiro da propriedade intelectual).
Foi professor na rede estadual e particular de ensino e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor em São Paulo, capital.
Professor de mestrado em Educação em Valores Humanos ( Unicapital/SP e Uniube/MG), desenvolve oficinas pedagógicas e culturais para a formação das crianças e dos valores humanos. Esteve na Europa dando conferências sobre a cultura indígena e participando de oficinas culturais.
4 comentários:
Pois é Fátima...
Quando reduzimos culturas a um único dia, e neste dia praticamos toda a sorte de desinformações, são necessárias atitudes como a sua, em seu blog, para termos esperança de que um dia, quem sabe, possamos comemorar que TODOS OS DIAS SEJAM DE ÍNDIOS, DE BRANCOS, DE NEGROS, DE ORIENTAIS, DE MULATOS, DE CAFUZOS...
beijokk e admiração sempre !
Eliana
Olá Fátima, estou retribuindo a visitinha que fez ao meu blog... e adorei os seus... sempre darei uma passadinha por aqui!!!
Fátima, obrigada pela referência! Postei um outro texto lindo dele no meu blog... e viva a diversidade!
Oi Fátima, adorei esse seu blog também. Escrevi lá no Sobre Educação sobre a necessidade de não termos um dia do índio e sobre os currículos turísticos nos quais o índio geralmente se enquadra. Se quiser dar uma passadinha para conhecer http://sobreeducacao.blogspot.com.
Abraço carinhoso.
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