Páginas

domingo, 11 de março de 2007

Língua Portuguesa










Língua portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Os versos acima foram extraídos do livro "Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.
A Formação das Línguas Românicas

Chamam-se línguas românicas ou neolatinas os diversos idiomas que representam continuações históricas do latim, porém, rigorosamente, não é exato dizer-se que tais línguas provêm ou descendem do latim, senão que elas são o latim nos diversos aspectos atuais porque sempre houve continuidade lingüística.
Cumpre ressaltar que esse latim é o latim vulgar ou coloquial, isto é, a língua viva entre o povo romano e os povos romanizados, língua instrumento de comunicação diária, com finalidades práticas e imediatas.
Esse latim era falado numa pequena região do Lácio, na Itália, onde mais tarde se ergueu a cidade de Roma. Como a expansão de Roma não se deu da noite para o dia, as primeiras regiões romanizadas receberam um latim antigo, mais arcaico do que o que se estabeleceu nas últimas.
Imposto pela conquista aos povos vencidos, o latim passou a ser falado por indivíduos que tinham antes uma outra língua materna, mas que introduziram marcas de seus anteriores hábitos lingüísticos, um sotaque peculiar.
Mantinha-se ainda uma unidade até a queda do Império, quando cada um dos dialetos ficou entregue a sua própria sorte. Acrescente-se a isso o fato de que os diversos povos bárbaros, que falavam quase todos dialetos germânicos, acabaram por adotar o latim das regiões invadidas.
Entre o quinto e o sétimo século da era cristã, as diversas modalidades regionais do latim se foram diferenciando cada vez mais dando origem às diversas Línguas Românicas.

Do original de Gladstone Chaves de Melo em Iniciação à Filologia Portuguesa
Continuo a falar da História Externa da Língua Portuguesa no próximo post.

Um comentário:

Jarbas disse...

Boa noite, Fátima.

Obrigado por sua visita a "Episteme e outros temas", blog de conversas com meus alunos de filosofia. Mas não estou aqui só para agradecer. Compareço para uma notícia e para um pedido. Notícia: acabo de linkar seu blog a uma outro ensaio com alunos meus, o Boteco Escola. Pedido; se voceê puder e quiser, apareça lá no Boteco Escola com um comentário. No momento tento dar vida a um novo ponto de encontro. Para isso, estou pedindo a amigos edublogueiros que apareçam para uma pequena prosa. Com o movimento inicial, quero que meus alunos compreendam intuitivamente a eesencialidade dos blogs como espaços de conversação.
O Boteco Escola está em: http://jarbas.wordpress.com .
Abraço grande, Jarbas.
PS; provavelmente, na continuidade do projeto , algum de meus alunos vai lhe procurar. Aguarde...

Related Posts with Thumbnails