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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bíblia, o clássico



A Bíblia Sagrada é sem dúvida o grande clássico da cultura ocidental. Quantos escritores famosos tomaram elementos das sagradas escrituras como elementos estruturais?




 “Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB” toma por base os textos originais em hebraico e grego. Ressalta-se que a Bíblia segue o modelo da tradução oficial, a “Nova Vulgata”, tradução latina promovida pelo Concílio e os recentes Papas.

É a minha escolha para o Dia Mundial do Livro!

O livro dos Salmos é um conjunto de 150 poesias, compostas pelo antigo Povo Eleito para rezar  a seu Deus.

Leiam  o Salmo 90(91) para que encontrem a paz em Deus.

1.Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente,
2.dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.
3.É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
4.Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção.
5.Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,
6.nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.
7.Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.
8.Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
9.porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
10.Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,
11.porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos.
12.Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
13.Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.
14.Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
15.Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.
16.Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.

No entanto, como escreveu Ana Maria Machado"quem não se sentir ligado a esse universo por nenhuma crença religiosa pode tratar esse material apenas como uma coleção de relatos fundamentais, e passá-los adiante com uma visão crítica."


Como hoje é dia de São Jorge, segue uma das orações, a minha favorita!



quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Cântico da Terra




O cântico da terra

Cora Coralina


Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

Fonte: Releituras

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Romanceiro da Inconfidência



Vários poetas modernos revisitaram o romanceiro, gênero literário medieval, entre eles Cecília Meireles.

A primeira edição do Romanceiro da Inconfidência data de 1953.  Em 2004, foi lançada uma edição comemorativa pela Edusp com ilustrações criadas  por Renina Katz entre 1956 e 1958,  sob a guarda  de José Mindlin.







“Quando terminei a leitura, comecei a desenhar sem parar. Fiquei encantada por esse épico da literatura brasileira, pelos versos fluindo com tanta força e emoção e, ao mesmo tempo, com tanto realismo”
Renina Katz





De Cecília Meireles

Romanceiro da Inconfidência

Romance LIX ou Da reflexão dos justos

(trecho)

Foi trabalhar para todos...
– e vede o que lhe acontece!
Daqueles a quem servia,
já nenhum mais o conhece.
Quando a desgraça é profunda,
que amigo se compadece?



Tanta serra cavalgada!
Tanto palude vencido!
Tanta ronda perigosa,
em que sertão desconhecido!
– E agora é um simples Alferes
louco, – sozinho e perdido (...)



Que tempos medonhos chegam,
depois de tão dura prova?
Quem vai saber, no futuro,
a que se aprova ou reprova?
De que alma é que vai ser feita
essa humanidade nova?


terça-feira, 20 de abril de 2010

Formosos Monstros


Já viram Cleo Busatto contando histórias? Participei de uma oficina  no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias em 2007 com essa escritora e contadora de histórias paranaense. Agora, retorna ao Rio de Janeiro para lançar o DVD-ROM "Formosos Monstros". Recomendo!



Dragão - Parte integrante do jogo Formosos Monstros




segunda-feira, 19 de abril de 2010

O livro sagrado dos Mawé


Yaguarê Yamã
Sehaypóri: o livro sagrado do povo Saterê-Mawé

O Sehaypóri é o livro da sabedoria dos  Saterê Mawé. Seus mitos, lendas e fábulas estão gravados com grafismos no Puratig, remo sagrado e símbolo da identidade cultural do povo. É um escrito para entender o significado da vida humana e o de ser Mawé, assim como a Bíblia para os cristãos e o Torá para os judeus.

“Por meio do conhecimento (Sehaypóri) é que compreendemos a razão por que estamos no mundo e por que somos o que somos, pois não estamos aqui somente para viver, mas sim para saber viver.”
(Provérbio Mawé)


Yauaré Yamã é geógrafo e professor, mas viveu até os doze anos em uma aldeia no Amazonas, quando foi para a escola em Parintins aprender português. Ganhou uma bolsa numa universidade de São Paulo e desde 2002 voltou para sua terra, onde luta pela demarcação das terras, denuncia  os abusos contra seu povo e preocupa-se em manter a tradição. Para ele, “é possível conviver em paz com a natureza e ser percebido por 0lhares sem preconceito, por olhares sem vícios com o materialismo. Materialismo este que destrói e extermina. Materialismo dessa gente que pensa não ter vincula com a terra, pensa não ser filho dela. Mas a verdade é que todos somos filhos da Mãe-Terra. E todos nós precisamos da terra, assim como ela precisa de nós. A verdade é que ninguém é realmente dono da terra. Ela é que é nossa dona. E a verdade está aí...”  



Sobre Lobato

Essa é a última edição de Memórias de Emília de Monteiro Lobato, livro lido aos nove anos e que guardo até hoje. A capa era outra. Quer mesmo vê-la e saber como veio parar em minhas mãos? Clique aqui. Certa vez, disse que sou parecida com a personagem e para ser igual só se fosse costurada pela Tia Nastácia. Leia aqui.

A questão hoje é outra. As crianças não leem Lobato!
Quais seriam os motivos? 
Sempre tive minhas respostas baseadas na prática,  porém não sou especialista no assunto.
Resolvi expor o que alguns escritores pensam. Acompanhem.



"Quem inventou literatura infantil no mundo se chama Monteiro Lobato. 
Lobato vem do ambiente rural e ainda faz suas histórias nesse ambiente. Então, é difícil a criança de hoje, que não sobe mais num pé de jabuticabeira, não é mais picada por vespa na ponta do nariz, se identificar. É uma vida totalmente diferente."
Pedro Bandeira

"Uma grande obra literária dura muito tempo. Acontece no Brasil uma coisa triste: o ensino foi piorando e hoje as crianças de sete anos, que deviam estar lendo Lobato, não conseguem, porque ainda aprenderam pouco. A gente lia Lobato com essa idade. Hoje, a criança só vai ler correntemente ali pelos nove anos, e aí as histórias do Lobato já são infantis demais para ela."
Ruth Rocha

"As crianças não leem mais Lobato na escola simplesmente porque os professores não o leram. Quando dou curso para formação de docentes, proponho a leitura de suas obras e há uma revolução na vida deles. O imaginário sobre o autor era até então construído por fragmentos de livros didáticos e pelas duas versões para a televisão."
João Luís Ceccantini

"Monteiro Lobato, hoje em dia, é vítima da estreiteza dos temas transversais e dos parâmetros curriculares. Há professores que me perguntam: “Como vou indicar um livro onde a Emília chama a Tia Anastácia de preta beiçuda?” Tive ainda a experiência de ser questionada sobre como lidar com a questão ecológica em Caçadas de Pedrinho, pois as crianças matam uma onça. O policiamento e o ser politicamente correto incide no preconceito, ao omitir qualquer texto que revele qualquer manifestação de alteridade."

Marisa Lajolo

Fonte:UNESP

A escritora Fanny Abramovich participa do site Vidas Lusófonas com a biografia de Monteiro Lobato. Observem o trecho abaixo:

“Hoje, nas escolas, não armam mais fogueiras. Mas também não lêem o Lobato como deveriam... Encostaram, esconderam... As crianças o conhecem pouco e estão perdendo tanto... Culpa das mães e professoras preguiçosas com um texto mais longo, medrosas das cutucadas que ele dá, das esculhambações afiadas que passa e querendo tudo, menos crianças soltas e críticas como Pedrinho e Narizinho.

Este Sítio, uma possibilidade utópica de civilização harmônica, inteligente, atuante, onde todos querem se refugiar, é como diz a Emília : " O segredo, meu filho, é um só: liberdade. Aqui não há coleiras. A maior desgraça do mundo é a coleira. E como há coleiras espalhadas no mundo.
Beijos da eterna leitora do Lobato,
Alice”

Uma sugestão é apresentada diante desse quadro pouco animador.

"Talvez seja o caso de dessacralizar a obra, assim como Lobato fazia, ler de outra forma, com mais liberdade, pulando trechos, deixando a criança fazer seu próprio caminho."
Marisa Lajolo 

Querem apresentar outros motivos ou, melhor ainda, soluções?
O espaço está aberto!



sábado, 17 de abril de 2010

L.I.V.R.O.



Tomei conhecimento desse vídeo via Buzz e achei muito interessante. Algo me dizia que conhecia o texto. Leio tanto que não me lembro de autores, nem títulos. Sou do tempo de guardar recortes de jornais e revistas, mensagens mimeografadas e apostilas. Estou pensando em jogar tudo fora porque quando preciso nunca sei onde encontrar! Admiro quem tem memória, não é o meu caso. Ao ler alguns comentários sobre o vídeo, alguém deu a dica e outro reclamou a autoria. O texto é de Millôr Fernandes e foi publicado na Revista Veja em 1985 e republicado em 2006. Dr. Google me salvou mais uma vez!


L.I.V.R.O.

Existe entre nós, muito utilizado, mas que vem perdendo prestígio por falta de propaganda dirigida, e comentários cultos, embora seja superior a qualquer outro meio de divulgação, educação e divertimento, um revolucionário conceito de tecnologia de informação.
Chama-se de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas – L.I.V.R.O.
L.I.V.R.O. que, em sua forma atual, vem sendo utilizado há mais de quinhentos anos, representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, nem pilhas. Não necessita ser conectado a nada, ligado a coisa alguma. É tão fácil de usar que qualquer criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de folhas numeradas, feitas de papel (atualmente reciclável), que podem armazenar milhares, e até milhões, de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantém permanentemente em seqüência correta. Com recurso do TPO – Tecnologia do Papel Opaco – os fabricantes de L.I.V.R.O.S podem usar as duas faces (páginas) da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os custos à metade!
Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para fazer L.I.V.R.O.S com mais informações, basta usar mais folhas. Isso porém os torna mais grossos e mais difíceis de ser transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema, visivelmente influenciados pela nanoestupidez.
Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, no próprio cérebro, sem qualquer formatação especial. Lembramos apenas que, quanto maior e mais complexa a informação a ser absorvida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Vantagem imbatível do aparelho é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite acesso instantâneo à próxima página. E a leitura do L.I.V.R.O. pode ser retomada a qualquer momento, bastando abri-lo. Nunca apresenta "ERRO FATAL DE SENHA", nem precisa ser reinicializado. Só fica estragado ou até mesmo inutilizável quando atingido por líquido. Caso caia no mar, por exemplo. Acontecimento raríssimo, que só acontece em caso de naufrágio.
O comando adicional moderno chamado ÍNDICE REMISSIVO, muito ajudado em sua confecção pelos computadores (L.I.V.R.O. se utiliza de toda tecnologia adicional), permite acessar qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder na busca com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com esse FOFO (softer) instalado.
Um acessório opcional, o marcador de páginas, permite também que você acesse o L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização, mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou tipo de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração. Todo L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso o usuário deseje manter selecionados múltiplos trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com a metade do número de páginas do L.I.V.R.O.
Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O., por meio de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada – L.A.P.I.S.
Elegante, durável e barato, L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro, como já foi de todo o passado ocidental. São milhões de títulos e formas que anualmente programadores (editores) põem à disposição do público utilizando essa plataforma.
E, uma característica de suprema importância: L.I.V.R.O. não enguiça!
Só com a lente dos livros se pode perceber toda a estultícia (!) da televisão.

Millôr Fernandes

Fonte: Veja


sábado, 3 de abril de 2010

Páscoa

Ovos da Páscoa


O ovo não cabe em si, túrgido de promessa,
A natureza morta palpitante.
Branco tão frágil guarda um sol ocluso
O que vai viver, espera.



Adélia Prado in “Bagagem”


Espero que Jesus abençoe todos nesta Páscoa. Suas santas palavras são meu alimento e a poesia, como dizia Quintana, "purifica a alma..."e "um belo poema sempre leva a Deus".

Fátima

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Pequena Vendedora de Fósforos

Hoje é Dia Internacional do Livro Infantil em homenagem a Hans Christian Andersen. O conto A Pequena Vendedora de Fósforos foi escolhido para um projeto realizado em 2005 durante as comemorações dos 200 anos do escritor. Todo o material foi divulgado no Blogstórias Infantis num serviço da OI. Até hoje não consegui recuperá-lo. Sobra-me um livro digitado no word com belos textos e ilustrações produzidas pelos alunos do Ciep onde trabalhei naquele ano. A história é triste, porém reflete a vida de nossas crianças  abandonadas nas ruas para vender todo tipo de mercadoria, muitas vezes exploradas pelos próprios pais ou vítimas de sequestros como o caso do menino alagoano recentemente mostrado na mídia com final feliz. Nem sempre é assim. Para os inocentes da Educação Infantil, ir para o céu e encontrar a avó foi bom. Foi exatamente o que eu ouvi ao perguntar se gostaram da história. O sofrimento acabou. Silenciei!
Descobri o vídeo abaixo no ano passado e enviei mensagem ao criador pedindo autorização para publicá-lo e solicitando informações sobre alguma ferramenta que pudesse usar para tentar fazer algo semelhante  com meus alunos.



Baseado no conto de fadas A Pequena Vendedora de Fósforos (The Little Match Girl / Seller) de Hans C. Andersen, a animação usa  uma técnica inédita que a faz parecer uma pintura em movimento. 
Sinopse: Numa noite fria, véspera de Ano Novo, uma pobre menininha é obrigada a vender fósforos pelas ruas. 
Exibido na 8a. Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. 


Fonte: RenanCdos Reis

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