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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Relato de Viagem



Trio Perfeito

Ah, o mar! Sinto-me revigorada para começar o ano com os pés no chão e a cabeça nas nuvens, mas a chuva caía inexorável, quase não deu crédito aos meus apelos. Apenas dois dias de sol tímido e muitos mergulhos.



Pensei que fosse voltar de lá com a pele negra cheirando a mar. Retornei com a mesma ladainha de sempre. Fazer o quê? Sou assim mesmo.








Bom foi acompanhar o movimento das ondas, escutar seu barulho fora da concha, comover-se com o crepúsculo e observar de longe o Forte de São Mateus iluminado.



Cabo Frio é meu paraíso e também dos mineiros. Cidade pequena com a agitação dos grandes centros durante as férias. Muitos turistas e belas praias.











Dessa vez deu para conversar com o artista plástico Ivan Cruz e sua simpática mulher. Um dia compro uma de suas telas  com aquelas crianças sem rosto brincando na rua como faziam todas as crianças do meu teu tempo.













Minha infância – quanta gostosura - com brinquedos construídos por nós mesmos. Barquinhos de papel para os dias de enxurrada e carrinhos de rolimã para os dias de sol.






Quem vivenciou, sabe do que estou falando. As crianças de hoje, não. O tempo não para, os brinquedos são outros, entretanto as coisas simples nos faziam muito felizes. Acredito que é possível resgatá-las.




Enquanto isso...
Uso as novas tecnologias - celular e escaner - para mostrar minhas fotos e as esculturas e miniaturas do Ivan. Não é um paradoxo!?



Saldo positivo. Trio perfeito: mar, brincadeira e arte.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Arte de Contar Histórias no Século XXI

Tenho lido A Arte de Contar Histórias no Século XXI de Cléo Busatto desde que participei de uma oficina durante o Simpósio Internacional de Contadores de Histórias. Intercalei com a leitura de livros de literatura infanto-juvenil e de muitos contos da tradição oral. Tenho o hábito de usar marcador em textos teóricos e, graças a isto, consegui meu livro de volta, quando ficou perdido numa loja de conveniência de um posto de gasolina.

Ao pedir autorização à autora e à Editora Vozes, havia pensado em fazer uma resenha e publicar uns contos desse livro e de Contar e Encantar: Pequenos Segredos da Narrativa, porém fui traída pelo relógio: corria mais do que eu!

Vamos ao que interessa, isto é, um breve comentário sobre a dissertação de Cléo Busatto, contadora de histórias, arte-educadora e Mestre em Teoria Literária - UFSC.

A autora elabora reflexões sobre a narração oral na era digital sob três enfoques. O primeiro aborda a memória e a atuação do contador de histórias tradicional e contemporâneo. O segundo foca a narração enquanto arte e seus fundamentos teórico-poéticos. O terceiro faz uma análise da narração oral no meio digital, a partir de Cabra Cabriola, uma lenda brasileira em CD-ROM, e ainda uma teorização sobre as possibilidades dos novos suportes. Por fim, há os anexos com contos recolhidos da tradição oral, o Projeto Re-vivendo a Nossa Cultura, em que foi usado o CD-ROM Contos e Encantos dos 4 Cantos do Mundo – Vol.1 - como ferramenta pedagógica e de sensibilização, nas comunidades envolvidas com o Projeto Telemar Educação.

Ao entender que a criança do século XXI “já se encontra envolvida num imaginário construído por tecnologia”, em que o “tempo real abre espaço para o tempo virtual e para o tempo da interatividade”, propõe um olhar sobre os contos do imaginário popular a partir de novas linguagens.

“Não há mais aquela voz primordial que nos transportava da roda ao lado da fogueira para as florestas encantadas...; do pé da cama a castelos assombrados, mas a voz de um narrador que lança mão de recursos tecnológicos para manter a história acesa.”

Muitas questões são lançadas e analisadas:

“Como envolver o ouvinte e como será a recepção na tela do computador?”

“Como apresentar imagens sem perder a força que elas carregam?”

“Como colocar a palavra na rede sem ser apresentada como mais um arquivo.doc?”

“Que estéticas seriam ainda possíveis para as artes eletrônicas?”

Ao entender que “a arte digital se apresenta como uma linguagem que incorpora uma visão dinâmica e interativa do sentido”, propõe"que a gente repense os significados de se viver e conviver,produzir e consumir, ser e estar no mundo contemporâneo. Acredita na possível convivência entre o paradoxo da modernidade e da tradição, porque dentro ou fora da rede as histórias sempre vão depender da voz de um narrador, e que o espaço onde as histórias vão soar será sempre aquele disposto a recebê-las, esteja a figura do contador de histórias em tempo real, ou na tela do computador. É conveniente não olhar apenas o suporte, mas a produção artística que se apropria dele para ganhar vida, comunicar, fazer sentido” e encantar.

Ao ler este livro, todos encontrarão um material único e transformador, porque foi resultado de muitas leituras: Erick Lavelock, Paul Zumthor,Walter Ong, Walter Benjamin, Jacques Derrida, Paul Virilio, Gilbert Duran, Michel Foucault, Gaston Bachelard, Ítalo Calvino, Jésus Martin-Barbero, Carl Gustav Jung, Umberto Eco, Michel Maffesli, Bruno Bettelhein, Roger Chartier, Octavio Paz, Eduardo Galeano, Hans Robert Jauss e (ufa!) de muitos outros, numa linguagem leve e vibrante.

Visitem o site e conheçam também Cantos e Encantos dos 4 Cantos do Mundo – Vol. 2 – Lendas Brasileiras e o Vol. 3 - Nos Campos do Paiquerê.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Das Palavras

O livro Das Palavras, obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura para trabalho em sala de aula no 1º ciclo, está esgotado e não voltou a ser editado na Mirante. Já saiu uma outra edição na Ed. Eterogémeas, com capa de Luis Mendonça, Gémeo Luís, prêmio nacional de ilustração 2005.Ficha completa

Das Palavras
TERESA MARTINHO MARQUES TEXTO
GÉMEO LUÍS
ILUSTRAÇÃO
COLECÇÃO DESAFIOS

Porto, 2007

"A poesia devia ser como o ar: indispensável.
Este é um livro que coloca as palavras, e a poesia que desenham, no centro de si próprio. No centro de quem começa as primeiras viagens pelas melodias que a escrita pode ter.
No centro de quem já viaja por elas há mais tempo. Mima-as, descobre-lhes os sentidos, serve-se delas para dizer, explicar, contar, perguntar. Só se percebe a falta que nos fazem as palavras quando o silêncio se instala. E o silêncio foi feito para ser desarrumado, interrompido, pintado, colorido, sempre que o desejarmos. Um livro que se deve abrir e ler por todas as razões ou por nenhuma. Sejam as mãos que o abrem grandes ou pequenas. Sempre. É possível aprender a respirar poesia até não podermos mais passar sem ela? É."

Minha justificativa para o “furo de reportagem”: aviso da Teresa e ainda não usava o Google Reader. Agora acompanho tudo direitinho! Pelo menos é o que eu espero. Até.

Os Livros de Teresa


De Teresa,

Lá de Portugal,

Das Palavras

Para sonhar e saborear devagarinho...




...Provérbios Repenteados

Para brincar com os ditados

Que estão na boca do nosso povo.




Voaram pelos mares
Há muito navegados.
Aportaram
Cá no Brasil
Para Fátima.

A de lá escreve desde que se lembra.
A de cá lê desde sempre.
Tantas coisas em comum....
O prazer de ensinar, rir, brincar,
O sabor do chá,
O cheiro das flores,
O amor pelos livros,
A alegria de dar.


A poesia, a sensibilidade e a generosidade de Teresa Marques me encantaram. Não tenho a mesma intimidade com as palavras, mas a língua, a cultura, minhas raízes portuguesas e, principalmente, o prazer de ser professora e blogueira facilitaram a aproximação e a troca de idéias e experiências. Visito freqüentemente seu blog , Tempo de Teia.


Os Livros de Teresa

  • Marques, Teresa Martinho. Das Palavras. Coleção Alma Nova.Ilustrações: Fátima Pais. Editora O Mirante, Santarém, Portugal.
  • ÉME, 3ZA. Provérbios Repenteados. Coleção Notas à Solta.Ilustrações: Emílio Remelhe.Apresentação: José António Gomes. Ed. Eterogémeas.


sábado, 12 de janeiro de 2008

Nas Palavras das Canções






Fórum das Letras


Ainda!
Prometi e vou cumprir: mostrar um pouco de tudo, informar. A literatura e a música agradecem!
A apresentação reuniu Zé Miguel Wisnik, compositor, cantor, pianista e professor da USP, parceiro de Caetano Veloso e Tom Zé, tem músicas interpretadas por Gal Costa, Elza Soares, Djavan, Zizi Possi, entre outros, e Arthur Netrovski , compositor, violonista, crítico, escritor e editor da PUBLIFOLHA, autor do premiado Bichos Que Existem e Bichos Que Não Existem, Cosac e Naify. Nesse livro para crianças, ele propõe um novo modo de conhecer os bichos: não separar ficção de realidade. Confira entrevista aqui.

É um espetáculo pouco conhecido pela mídia, embora os dois se apresentem com freqüência no Brasil e no exterior, mas altamente recomendável!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Respeito



Passei a manhã visitando sebos e Marinheiros e Professores, Editora Vozes, se apresentou.
Imagine se precisava! Já havia publicado um Um professor, uma mulher e uma flor , quando comecei a blogar, copiado e colado de algum lugar, porque o livro só foi adquirido agora.
Mais uma vez, indico uma crônica do professor Celso Antunes. Difícil foi escolher uma para o primeiro post do ano.
Para o autor, "ser professor, hoje, é ser vítima de uma profissão difícil e mal compreendida, contudo com a extrema nobreza e dignidade daqueles que têm o privilégio único de anunciar os novos tempos."
Um livro essencial de pequenas histórias que "falam de erros e acertos, paixão e desalento dos novos marinheiros, construtores de um século que terá o formato que a educação lhe dará."
Leiam A vida é sombra que passa...
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