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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Ano Novo

Esperança

Mário Quintana


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


Texto extraído do livro "
Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118

Esperanças renovadas em 2008.

São TANTAS...

Feliz Ano Novo!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal




Cartão de Natal

João Cabral de Melo Neto



Pois que reinaugurando essa criança

pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:


que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas m
olas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim c
omer o não.


Texto e
xtraído do livro "João Cabral de Melo Neto - Obra Completa", Editora Nova Aguilar, 1994, pág.

http://www.releituras.com/joaocabral_natal.asp


Leiam a seleção especial de textos de Natal em Releituras.

Tenho fé em Deus e acredito que o homem possa, a cada Natal, olhar para si mesmo e perceber que essa criança nasceu para espalhar amor e paz entre os povos. Falta boa-vontade e caridade. Depositemos diante do presépio nossos sonhos, lágrimas e esperanças. Peçamos a Jesus-Menino que ilumine o coração de cada pessoa do nosso planeta.

FELIZ NATAL!



sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O Papel do Artista e do Escritor na Atualidade


Fórum das Letras:
Literatura, Arte e Responsabilidade social

A atriz Christiane Torloni é articuladora do movimento Amazônia para Sempre e pensa que ser artista não é escolha, é um contrato sempre renovado. Se não fosse artista não teria sobrevivido. Sua arte não é melhor do que a de ninguém. Precisa ser várias. É artista de várias causas.

Ignácio Coqueiro, diretor de TV, 30 anos de Globo e atualmente na Record, é marido da atriz. Acha que é preciso ser artista para continuar sobrevivendo.

O escritor Affonso Romano de Sant’Anna começou provocando a platéia: “Quem acha que é artista aqui? Como bom professor não perdeu a ocasião e começou a sua explicação. A partir do século XX, o papel do artista mudou, ampliou-se o conceito, passou a ser o de antiartista. Cita Marcel Duchamp. Todos são artistas? Ele discorda. Artista é especial e lembra Mozart. E conclui: é preciso ser competente para reiniciar o jogo e reconquistar espaço na história.

Inês Pedrosa, escritora portuguesa, autora de Nas Tuas mãos e Fazes-me Falta, deixa claro que há também os pseudo-intelectuais.

Bia Corrêa do Lago é psicanalista, sócia da Capivara Editora e apresentadora do programa Umas Palavras transmitido pelo canal Futura. Foi a mediadora. Não foi preciso. A atriz e o escritor discordavam. O debate esquentou e o leque foi muito usado! Fico com Chistiane. É unânime o alto grau de capacidade criadora e mental de Mozart. Vejo diferenças entre gênios, intelectuais e artistas. Sinto-me artista! Diariamente representamos vários papéis. Quando somos nós mesmos? Quem somos? O que os outros pensam a nosso respeito?

Levante-se agora, olhe-se no espelho e "vista-se" de herói, fada, mocinho, bandido, político, homem, mulher, criança ou qualquer figura que deseje, nem que seja por alguns segundos. Se não conseguiu, experimente fechar os olhos. Caso queira, conte o que você imaginou.

domingo, 2 de dezembro de 2007

O Quotidiano na Literatura


Fórum das Letras


Luís Fernando Veríssimo é jornalista e autor de O Melhor das Comédias da Vida Privada e As Mentiras que os Homens Contam, entre outros.

Mariana Veríssimo é escritora e roteirista de cinema, televisão e teatro. Atualmente é roteirista do quadro Retrato Falado, da TV Globo e escreveu com Adriana Falcão P.S.: Beijei pela editora Salamandra.

Marina Colasanti é escritora de mais de 30 obras publicadas em gêneros diversos. É autora de Rota de Colisão (poesia), Eu Sei, mas não Devia (crônicas), Ana Z Aonde Vai Você? (infanto-juvenil).

Luís Fernando Veríssimo recebeu influências do pai, Érico Veríssimo, de Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Antônio Maria. Disse que só sabe escrever em 1ª pessoa, vício de cronista, e que não há quase identidade entre o personagem e o autor. Em suas crônicas, transforma o quotidiano com a organização literária que a vida não tem. Sua filha, Mariana Veríssimo, também fala que apenas dá umas pinceladas nas histórias enviadas para Retrato Falado, isto é, transforma a vida em arte. Marina Colasanti comenta que , muito além do humor, em Comédia da Vida Privada, Veríssimo traça um perfil comportamental e sociológico. Ao ser indagado pela platéia sobre tecnologia e livro, ele pensa que o veículo não tem importância. O texto pode estar no livro ou na tela do computador, porém quando este estiver substuindo o autor, podemos começar a nos preocupar.

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