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sábado, 31 de março de 2007

O Nosso Livro


Assistam no Porta Curtas Petrobrás o filme O Nosso Livro, de Cláudia Rabelo Lopes e Luciana Alcaraz.
Isabel e Roberto não se conhecem, mas trocam bilhetes em livros numa biblioteca, até que descobrem que estão apaixonados.
Elenco: Bárbara Montes Claros, Marcos Caruso, Regina Sampaio, Vera Holtz, Zé Alex.
Prêmio Porta Curtas no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2006.
Tive o prazer de assistir ao curta em 2005 na cerimônia de encerramento de um curso de internet da Multirio. Cláudia Rabelo foi uma de minhas pacientes orientadoras. Sua doçura e sensibilidade, em parceria com Luciana Alcaraz, só poderia resultar nesse emocionante filme. Marcos Caruso e Vera Holtz estão perfeitos como protagonistas. Fotografia e música, impecáveis.
Um filme comovente, surpreendente, inesquecível!
Fiquem com o soneto de Florbela Espanca que dá título ao filme.
O Nosso Livro

Livro do meu amor, do teu amor,
Livro do nosso amor, do nosso peito…
Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,
Como se fossem pétalas de flor.

Olha que eu outro já não sei compor
Mais santamente triste, mais perfeito
Não esfolhes os lírios com que é feito
Que outros não tenho em meu jardim de dor!

Livro de mais ninguém! Só meu! Só teu!
Num sorriso tu dizes e digo eu:
Versos só nossos mas que lindos sois!

Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente
Dirá, fechando o livro docemente:
“Versos só nossos, só de nós os dois!…”

Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade

sexta-feira, 23 de março de 2007

Jô Soares e Arnaldo Jabor

Imperdível essa entrevista para quem não a assistiu na TV.
Jô Soares entrevista Arnaldo Jabor que estava lançando seu Livro Pornopolítica. Eles conversam sobre literatura, cinema, arte e política.

Infelizmente a entrevista não está na íntegra, somente a parte disponibilizada pela globo.com. Rs.
Mesmo assim, espero que tenham gostado e aproveitado essa minha primeira aventura pelo YouTube.
Abraços.

sábado, 17 de março de 2007

Restos de Carnaval

Restos de Carnaval é o título do magnífico conto de Clarice Lispector publicado no livro Felicidade Clandestina, Ed. Rocco.
Nesse conto, nos sentimos, como a personagem narradora, transportados para as nossas lembranças, para a nossa infância , agora revisitada e revivida pela magia do carnaval.
Li para meus alunos e solicitei um trabalho visual com colagens e desenhos que retratassem aquilo que ficou na memória. Como o conto é construído em torno da aparente oposição entre alegria e dor, percebi como é difícil esse resgate para jovens que vivem diariamente com a violência. Eles vivem o momento, mas felizmente continuam sonhando, vestem e tiram as máscaras. Estão desencantados, porém se encantam com uma bela história.
Sempre gostei de carnaval e, enquanto produziam seus textos, fiz a minha viagem interior pelos bailes, blocos e escolas de samba, sempre fantasiada, porque, assim como ela, sentia que "o carnaval era meu, meu."

Aqui estão os restos desse último carnaval.





Fonte: Último Segundo

Fico devendo "a última flor do Lácio".

domingo, 11 de março de 2007

Língua Portuguesa










Língua portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Os versos acima foram extraídos do livro "Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.
A Formação das Línguas Românicas

Chamam-se línguas românicas ou neolatinas os diversos idiomas que representam continuações históricas do latim, porém, rigorosamente, não é exato dizer-se que tais línguas provêm ou descendem do latim, senão que elas são o latim nos diversos aspectos atuais porque sempre houve continuidade lingüística.
Cumpre ressaltar que esse latim é o latim vulgar ou coloquial, isto é, a língua viva entre o povo romano e os povos romanizados, língua instrumento de comunicação diária, com finalidades práticas e imediatas.
Esse latim era falado numa pequena região do Lácio, na Itália, onde mais tarde se ergueu a cidade de Roma. Como a expansão de Roma não se deu da noite para o dia, as primeiras regiões romanizadas receberam um latim antigo, mais arcaico do que o que se estabeleceu nas últimas.
Imposto pela conquista aos povos vencidos, o latim passou a ser falado por indivíduos que tinham antes uma outra língua materna, mas que introduziram marcas de seus anteriores hábitos lingüísticos, um sotaque peculiar.
Mantinha-se ainda uma unidade até a queda do Império, quando cada um dos dialetos ficou entregue a sua própria sorte. Acrescente-se a isso o fato de que os diversos povos bárbaros, que falavam quase todos dialetos germânicos, acabaram por adotar o latim das regiões invadidas.
Entre o quinto e o sétimo século da era cristã, as diversas modalidades regionais do latim se foram diferenciando cada vez mais dando origem às diversas Línguas Românicas.

Do original de Gladstone Chaves de Melo em Iniciação à Filologia Portuguesa
Continuo a falar da História Externa da Língua Portuguesa no próximo post.
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