“Livro, eu te lendo”
“Pela primeira vez eu e o Fernando Pessoa ficamos a sós.
Que descoberta!
Eu sabia que, agora sim, ia começar um verdadeiro caso de amor entre nós dois.
A cada novo poema, lido ou ouvido no passado, e aonde o meu olho batia agora, voltava todo o mundo, todo o espaço onde eu me movia naquela época.
Mil lugares.
Mil cheiros.
Mil sensações esquecidas de dezessete anos atrás voltaram pra mim naquela noite. E esse é ainda um outro aspecto maravilhoso do livro: ele guarda, ele segura o que a gente é quando transa com ele; e então, passados os anos, a gente pode revisitar, reavaliar, reviver a vida da gente, voltando aos livros com os quais a gente teve um caso de amor. Está tudo ali, retido, seguro, todas as nossas sensações daquele tempo. E não importa que a gente diga, ué, como é que eu fui me apaixonar por ele? Puxa, se fosse hoje eu não me apaixonaria mais. Não importa. Ele continua a ser o depositário de toda aquela emoção do passado.”
NUNES, Lygia Bojunga. Livro: um encontro com
Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, l995.
Este é um trecho do texto apresentado pela autora nos encontros do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, em dezembro de l987, quando ela resgata seu lado atriz.
Lygia Bojunga foi a primeira autora fora do eixo Europa-EUA a receber o Prêmio Hans Christian Andersen – considerado o Nobel dos escritores para a infância e a juventude.
Este livro compõe com Fazendo Ana Paz e Paisagem uma trilogia, na qual a autora dialoga consigo mesma e com o leitor sobre o processo de criação/recriação de uma obra literária. Visite a Casa Lygia Bojunga e saiba mais sobre a obra desta escritora.
Então eu penso que esse texto tem tudo a ver com o do Galeano e pergunto: “ Qual foi o seu caso de amor, com o livro, é claro?”
“Pela primeira vez eu e o Fernando Pessoa ficamos a sós.
Que descoberta!
Eu sabia que, agora sim, ia começar um verdadeiro caso de amor entre nós dois.
A cada novo poema, lido ou ouvido no passado, e aonde o meu olho batia agora, voltava todo o mundo, todo o espaço onde eu me movia naquela época.
Mil lugares.
Mil cheiros.
Mil sensações esquecidas de dezessete anos atrás voltaram pra mim naquela noite. E esse é ainda um outro aspecto maravilhoso do livro: ele guarda, ele segura o que a gente é quando transa com ele; e então, passados os anos, a gente pode revisitar, reavaliar, reviver a vida da gente, voltando aos livros com os quais a gente teve um caso de amor. Está tudo ali, retido, seguro, todas as nossas sensações daquele tempo. E não importa que a gente diga, ué, como é que eu fui me apaixonar por ele? Puxa, se fosse hoje eu não me apaixonaria mais. Não importa. Ele continua a ser o depositário de toda aquela emoção do passado.”
NUNES, Lygia Bojunga. Livro: um encontro com
Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, l995.
Este é um trecho do texto apresentado pela autora nos encontros do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, em dezembro de l987, quando ela resgata seu lado atriz.
Lygia Bojunga foi a primeira autora fora do eixo Europa-EUA a receber o Prêmio Hans Christian Andersen – considerado o Nobel dos escritores para a infância e a juventude.
Este livro compõe com Fazendo Ana Paz e Paisagem uma trilogia, na qual a autora dialoga consigo mesma e com o leitor sobre o processo de criação/recriação de uma obra literária. Visite a Casa Lygia Bojunga e saiba mais sobre a obra desta escritora.
Então eu penso que esse texto tem tudo a ver com o do Galeano e pergunto: “ Qual foi o seu caso de amor, com o livro, é claro?”